Por Myrian Pires
Para começarmos a falar da ditadura da moda no universo feminino, antes devemos fazer um pequeno retrocesso na história da mulher na sociedade. A mulher começou a revelar seu corpo quando ela saiu da obscuridade para o visível, criando fatores que até então não haviam acontecidos, pois as mulher vivia para a casa, a família, o privado. E com a saída do lar, pela busca de emprego, estudo e independência, o corpo feminino foi desvelado e, muitas vezes, usado como objeto pelos veículos de comunicação, pela publicidade, para vender produtos, criando necessariamente um padrão estético a ser seguido.
Padrão esses que mulheres obstinadas correm atrás de qualquer maneira, muitas vezes passando por cima do seu biótipo, criando uma série de complicações em sua saúde física e mental.
Os valores da sociedade mudam conforme o tempo, antes na vida da mulher o que vinha em primeiro lugar era o lar, a família, hoje em dia, é o culto ao corpo, ao que é belo aos olhos da sociedade.Na moda, desde que surgiram, as modelos sempre foram esbeltas. Segundo, Kathia Castilho, professora de história da moda da Universidade Anhembi-Morumbi.Num desfile, as roupas precisavam ser vistas da passarela por qualquer pessoa da platéia, então se percebeu que as manequins tinham de ser grandes.
A moda impõe padrões rígidos de beleza, vendo as mulheres como simples cabides de roupas.
A indústria da moda estabeleceu a idéia estranha de que gordura é feio, e ninguém questiona isso na sociedade contemporânea em que vivemos. A maioria dos estilistas parecem concordar com essa idéia erronia, vendo sempre em primeiro lugar sua criação e não a mulher que vai vestir aquela roupa, como ela se senti. Bom, como nada se pode generalizar, ainda existem alguns estilistas que quebram com essa corrente da magreza e criam modelos mais acessíveis para diferentes modelos públicos, não excluindo um determinado grupo. Para Jê Muniz, estilistas da grife Rosa Mundi, esse preconceito é inaceitável, pois a mulher tem que ser sentir bela e ser reconhecida por sua beleza, mesmo estando com duas polegadas a mais nos quadris. A Estilista cria modelos que fazem sucesso entre as cariocas magrinhas ou cheinhas.
Jê Muniz, estilista.
O que se deve deixar claro é que mulheres não podem viver presas a um determinado padrão de beleza estipulado pela moda, pela sociedade e divulgado pela mídia. A mulher de hoje em dia tem que ter voz para dizer não e fazer com que a diversidade seja aceita e respeita.
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